sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

José Ferreira Neto - O Xodó da Fiel

É uma lenda porque:  20 anos atrás, foi o principal responsável pelo primeito titulo brasileiro do Corinthians.

Ontem, dia 16 de dezembro, foi um dia especial para os Corinthianos. Se completou o 20º aniversário de seu primeito titulo do Campeonato Brasileiro. Naquele ano, poucos eram os que acreditavam em alguma chance de titulo do alvinegro. A equipe era taxada de limitada, levando os jogos mais na base da força de vontade e raça do que na técnica. Mas aquele time possuia sim um diferencial. Um camisa 10 constantemente taxado de "gordinho" e preguiçoso, que surgiu de maneira meteórica no Guarani de Campinas e já vinha de passagens sem brilho por São Paulo e Palmeiras. Um jovem conhecido apenas como "Neto".

 Jovem de muito talento mas de considerável rebeldia, Neto se destacou pelo Guarani de Campinas em 1986. Sua rapida ascensão, despertou o interesse de grandes clubes e se trasnferiu para o São Paulo no ano seguinte. Na equipe do Morumbi não conseguiu repetir o mesmo sucesso e acabou voltando ao Guarani para no ano seguinte, no Campeonato Paulista de 1988, voltou a brilhar.




Apesar de ser dito como o maior destaque do torneio e fazer um golaço de bicicleta em um dos jogos finais, acabou sendo vice-campeão do torneio, perdendo a final justamente para o Corinthians. No mesmo ano, conquistou a medalha de prata nos Jogos Olimpícos de Seul jogando ao lado de outros grandes craques como Romário e Taffarel. Em 89 foi contratado pelo Palmeiras, onde constantes discussões com o técnico Émerson Leão lhe impediram de apresentar o mesmo futebol que mostoru na equipe de Campinas e no mesmo ano se transferiu para o Corinthians. Um bom négocio para a equipe do Parque São Jorge, que enviou o meia Ribamar em troca do passe de Neto.

Finalmente chegamos a 1990, poucos acreditavam no Corinthians no Campeonato Brasileiro de 1990. A equipe começou mal o torneio com diversas derrotas e vitórias magras, pouco convincentes. Mas na reta final da primeira fase, eis que a estrela de Neto começou a brilhar. Sua garra, liderança e principalmente suas cobranças de falta venenosas foram dando esperança à torcida corinthiana durante toda a primeira fase do campeonato, onde o Corinthians terminou na 7ª colocação e se classificando para enfrentar o Atlético MG, 2º lugar na primeira fase.

A partir dai, a estrela de Neto não apenas brilhou mas praticamente cegou os adversários. No primeiro jogo, após estar perdendo por 1 x 0 no Pacaembu, o Corinthians virou o jogo com dois gols do próprio Neto, bastando apenas manter o resultado de 0 x 0 no jogo de volta em Minas Gerais. Veio a semi-final contra o Bahia, campeão brasileiro de 88. Em uma espécie de reptição do jogo contra o galo mineiro, novamente o time alvinegro saiu perdendo e novamente ele decidiu o jogo, marcando o gol da virada, de falta, em um novo 2 x 1 corinthiano. Na volta, outro 0 x 0 e o desacreditado Corinthians estava na final.

Na grande final contra o poderoso e favorito São Paulo de Telê Santana, todos os olhares estavam sobre Neto. E curiosamente, ele, que liderou a equipe na fases decisivas, não marcou gol em nenhum dos dois jogos das finais. E mesmo sem marcar gols, ainda foi decisivo. O gol de Wilson Mano que garantiu a vitória de 1 x 0 no primeiro jogo saiu de um cruzamento dele em uma (pasmem) cobrança de falta precisa. No jogo de volta, Tupãzinho fez o gol que garantiu o titulo corinthiano e o nome de Neto na história do Corinthians.

Infelizmente, nos anos seguintes Neto não conseguiu manter o mesmo nivel de 1990 e depois de diversas lesões e polemicas, deixou o Corinthians para se aventurar em clubes como Santos, Atlético MG e Milionarios da Colombia. E em nenhum lugar conseguiu o mesmo sucesso que teve pela equipe alvinegra, para onde voltou no final da carreira e ser campeão Paulista em 1997, mas sem grande destaque na conquista. E nos anos seguintes, após diversas lesões, encerrou a carreira.

 Hoje comentarista esportivo, Neto ainda mantém sua personalidade arredia e sempre polêmico. Por sua carreira de jogador, ele passou por muitas coisas: de craque prodigio do Guarani para promessa são saulina. De promessa são paulina para um "sonho" palmeirense. De sonho palmeirense para esperança santista. Mas não adianta, ele sempre será eternizado como um dos maiores, ou talvez até "o" maior Xodó da Fiel torcida Corinthiana.

Parabéns pelo aniversário da conquista, Corinthians.

E obrigado justamente por essa conquista, porque sem você dificilmente ela teria sido possivel. Muito obrigado, Neto..


Frases sobre ele: 

- "Ele tem um chute poderoso e muita habilidade, tem coisas parecidas comigo. É veloz e sabe tratar bem a bola. E tem tendência a engordar. Não entendo como não foi a Copa" - Ferenc Puskas, um dos maiores jogadores da história comentando sobre a não convocação de Neto para a Copa de 1990.

- "Sou rebelde mesmo, não sei jogar de outro jeito." - Neto sobre si mesmo em campo.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Julio César Romero, Romerito - O "Puro-sangue" Paraguaio

É uma lenda porque: Antes de Conca, ele foi o grande destaque "estrangeiro" do ultimo titulo Brasileiro do Fluminense, 26 anos atrás.

No ultimo domingo, o Fluminense se sagrou campeão do Campeonato Brasileiro de 2010. A equipe das Laranjeiras não sabia o que era gritar "É, CAMPEÃO!" de um Brasileiro desde 1984. Naquele ano, o time contava com uma das suas melhores formações e gerações da entitulada "Maquina Tricolor", apelido ganho durante os anos 70. E nessa Maquina, um de seus principais jogadores havia chego ao clube com o apelido de "Cavalo Paraguaio". E esse "cavalo paraguaio", que acabaria sendo o autor do gol do titulo, se chamava Romerito.

Romerito começou sua carreira no Sportivo Luqueño, time da cidade de Luque onde nasceu, no Paraguay. Destacou-se pela sua seleção no Sulamericano sub-20 de 1979, como o artilheiro da  competição, e atingiu a maior notoriedade após a conquista da Copa América do mesmo ano, no Brasil. Nesse campeonato, Romerito fez o gol que desclassificou o Brasil nas semi-finais em pleno Maracanã e marcou os 2 gols do titulo da seleção paraguaia na final contra o Chile. Sua ascensão meteórica o levou rapidamente à constelação do New York Cosmos, dos EUA. Lá, durante 3 anos, atuou ao lado de outras grandes lendas do futebol mundial como Pelé, Beckenbauer, Carlos Alberto Torres, entre vários outros.

Eis que em 83, Romerito desembarca no Rio de Janeiro. Sua nacionalidade lhe rendia as constantes piadas com a "lenda do cavalo paraguaio", ou com a "baixa qualidade" dos produtos vindos do mesmo país. Mas este cavalo, produto, ou qualquer outro termo que preferirem, era diferente. No Tricolor Carioca, que defendeu por 5 anos, foi campeão e peça decisiva para o Campeonato Brasileiro de 84 e o bi-campeonato carioca em 84 e 85, marcando gols em todas as partidas finais dos respectivos torneios.

Na temporada 89/89, despediu-se do Fluminense e partiu rumo a Espanha, para defender o Barcelona. Mas no clube da Catalunya não conseguiu repetir as mesmas atuações que havia feioto no Brasil. Seja pela crise do clube na época ou por qualquer outro motivo, acabou deixando a equipe na temporada seguinte, para jogar no México, novamente sem o mesmo sucesso que teve pelo Fluminense. E pelo resto da década de 90 até o inicio dos anos 2000, rodou diversos clubes de menor expressão em sua terra natal, até abandonar de vez a carreira em 2003.

Um guerreiro guarani iluminado, idolo (e hoje também torcedor) de uma das mais apaixonadas torcidas do Brasil e um dos responsaveis pelo crescente respeito de sua nação. Esse foi Julio César Romero, o "alazão puro-sangue" paraguaio. Essa foi a lenda de Romerito.






Frases sobre ele: 

-  Romerito não, "Don Romero!" - Torcida do Fluminense, sobre Romerito.