segunda-feira, 19 de julho de 2010

Seleção Espanhola de 2010 - La Furia

É uma lenda porque: conseguiram livrar a Espanha do estigma de "pipoqueira" vencendo as duas principais competições que disputaram inquetionavelmente, e provaram que nos tempos modernos ainda é possivel vencer e jogar bonito.



Certo, extamente uma semana pra conseguir logar nessa beleza de Blogspot, consequentemente sem conseguir colocar essa crônica que estava pronta a algum tempo. Havia desistido dela, fazendo até "enquete" pelo Twitter para definir apenas uma lenda nessa seleção. Mas pensei melhor e vi que ninguém nesse time espanhol pode ser citado sozinho. Portanto ao invéz de puxar apenas um herói para a conquista, por que não citar todos?

É até simples: esse caso, esse titulo da Espanha é um pouco diferente e mais especifico que os demais. Normalmente, nos grandes times e seleções da história, sempre haviam um dois jogadores dignos de serem lembrados individualmente pelos seus serviços prestados. Mas no caso dessa Espanha, não havia tal gênio. Seu maior diferencial foi o conjunto, o coletivo, o trabaho em equipe. Varios craques juntos que conseguiram livrar sua nação dos rótulos de "pipoqueira" e "amarelona" e

Porém, apesar de não haver "A" lenda em meio esse exercito, haviam ao menos seus pilares centrais. Todo time precisa de sua espinha dorsal. E hoje serão homenageados os principais jogadores, ou os mais decisivos durante toda a campanha da Furia rumo ao seu 1º titulo mundial.


Iker Casillas, O Capitão - Muito questionado após a derrota frente a Suiça na 1ªfase. Poucos acreditavam que poderia se recuperar, mas acabou fazendo mais que isso. Decisivo contra o Paraguay, e herói da final ao lado de Iniesta, após duas defesas espetaculares de jogadas do holandês Arjen Robben. Capitão, herói, e um grande apaixonado. Após a final, o beijo que deu em sua namorada Sara Carbonetto após ser entrevistado por ela, emocinou quase todas as mulheres do mundo.

Gerard Piquè,  - Zagueiro com mais de 1,93. Qualquer um ao ver isso em sua ficha, provavelmente pensaria: "Mais um zagueiro que só vai bem no jogo aéreo." Ledo engano. Piquè contraria os paradigmas e se apresenta como um zagueiro de rara classe ao jogar de cabeça erguida com boa qualidade de saída de bola. Talvez não seja o melhor zagueiro do mundo, mas forma ao lado de seu companheiro a seguir com certeza a melhor dupla de zagueiros do mundo.


Carles Puyol, O Guerreiro - Questionavel técnicamente? Indiscutivel simbólicamente. Carles Puyol, o guerreiro simbolo do Barcelona e da Catalunya, foi o autor do gol que levou a Espanha à sua primeira final de Copa do Mundo. Com o fim da Copa, chega também ao fim seu ciclo com a seleção Espanhola. Confirmou sua aposentadoria com a camia da Fúria, saindo como irretocável vencedor.


 Sergio Busquets, O "Polvo" - Como bem definiu o goleiro reserva, Pepe Reina: - "O homem que tem braços e pernas em todas as partes do campo, ele desarma, arma, acaba com uma jogada e começa outra em seguida.". Com sua pouca idade, se tornou titular e peça fundamental da equipe. Subiu com desconfiança, e saiu como peça chave.

Xabi Alonso, O Pulmão - Ele que deveria ser o jogador mais firme e com sobra de força do elenco, foi também o que mais sofreu e touxe consigo inumeras feridas de guerra. O volante marcador teve pelo menos um lance de destaque em cada jogo da Espanha. Hora com excelentes chutes de longa distancia que explodiram na trave, com o penalti perdido contra o Paraguay ou até mesmo com o golpe de Kung-Fu que recebeu do volante holandês Nigel de Jong na partida final.

Xavi Hernandez, O Maestro - Nenhuma jogada de gol começa sem passar por seus pés. Sua calma, paciencia, visão e inteligencia. Muitos dizem que sua forma de jogo espetacular é apenas uma fase, mas não devem estar cientes de que essa fase já dura cerca de 4 anos no minimo. Grande lider dentro e fora de campo, foi o melhor jogador da Espanha no titulo da Eurocopa (e mais tarde eleito como o melhor jogador do torneio), divide com Puyol a responsabilidade de serem os principais idolos do Barcelona da atualidade.

Andrés Iniesta, El Puto Crack - Também poderia ser chamado de predestinado ou herói, pois poucas pessoas na história conseguiram ser tão decisivos em pouco mais de 1 ano. Desde seu histórico gol pelo Barcelona contra o Chelsea na semi-final da Liga dos Campeões de 2008/2009.


David Villa, El Maravilla - O homem gol da Furia. O maior artilheiro da história da Espanha em Mundiais terminou a Copa como um dos poucos jogadores que cumpriram as previsões. Em certos momento houve atém quem dizia que a bola lhe procurava, apenas para que lhe colocasse dentro do gol.








Pedro Rodrigues, O Mascote - Sua velocidade em campo denota perfeitamente como foi sua ascensão no futebol. Na mesma temporada em que foi "efetivado" ao time profissional do Barcelona, fez gols em todos os jogos mais importantes do clube durante a temporada, ganhou sua primeira convocação para a seleção, e justo em uma Copa do Mundo. Com o "baleado" Fernando Torres em má fase, aguardou com paciência sua oportunidade. No lugar de "El Niño" foram testados muitos como Jesus Navas, David Silva, Fernando Llorente, e todos muitas vezes. Já Pedrito precisou de apenas uma chance para se mostrar digno da posição. Foi recompensado com a vaga de titular na semi-final e na final, e premiado com o titulo.

Vicente Del Bosque, o General - São poucos os grandes jogadores que conseguem ser grandes treinadores. Vicente del Bosque se enquadra nesses raros exemplos. Idolo e vencedor pelo Real Madrid na decada de 70, repetiu o mesmo sucesso que obteve como jogador para a carreira de treinador pelo mesmo Real Madrid, e agora para a seleção espanhola. E contrariando muitos, ele assumiu as redeas da equipe com o pedido de demissão do técnico anterior Luis Aragonés e não interferiu no já definido estilo de jogo da equipe. Trocou algumas peças, mas manteve a mesma base, mas desta vez  com u mresultado ainda melhor...




Outros deveriam estar nessa lista, como o anteriormente citado Fernando Torres, autor do gol do titulo da Eurocopa de 2008, Sergio Ramos e Capdevilla, os laterais titulares, ou até mesmo Pepe Reina, que apesar de não entrar em campo, protagonizou um grande show na chegada da equipe a Madrid, mas não seria justo com a importancia que estes tiveram, e isto não diminui a participação dos "ausentes".

Tal como o também jogador e integrante deste elenco lendário, Alváro Arbeloa comparou: esses espanhóis agiram como verdadeiros Espartanos. Seus exércitos anteriores tiveram que ser abatidos muitos vezes para que por fim percebessem a chave para se tornarem campeões. E tal como os verdadeiros Espartanos, a glória da batalha e da vitória os tornaram imortais.  

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Obdulio Varela - El Negro Jefe

É uma lenda porque: foi o lider do ultimo titulo Mundial da seleção Uruguaia na Copa de 1950, no Brasil.


Olá pessoal! Depois de um tempo afastados, cá estamos nós novamente para falar de mais uma das maiores lendas do futebol Mundial. Eu sinceramente nem estava com a "inspiração" pra escrever algo graças à derrrota e consequente eliminação do Brasil para a Holanda no jogo de hoje pelas quartas de final da Copa do Mundo. Mas assistindo o segundo jogo de hoje dessa fase entre Uuguay e Gana, quase esqueci do que havia ocorrido de manhã. A Celeste Olimpica venceu os africanos nos penaltis após uma partida que, apesar de fraca técnicamente, rendeu muitas emoções até o final do tempo regulamentar.

A vitória uruguaia me fez lembrar das histórias que meus avôs me contavam quando eu era menor, sobre o quão temidos os uruguaios eram. A Celeste era não apenas sinônimo jogo bonito, mas referência de futebol competitivo e vencedor nos primórdios do esporte. Haviam muitos jogadores deles hoje considerados lendas (alguns serão abordados nesse blog no futuro), mas havia um em especial que sempre me chamava a atenção: seu nome era Obdulio Varela, também conhecido como "El Negro Jefe".

Segundo eles, Obdulio era não apenas um grande jogador, mas também um líder incomparavel dentro e fora de campo, do mesmo nivel ou até superior a lideres como Beckenbauer e Cruyff. Conseguia aliar a elegância e a classe com a bola nos pés, com a raça caracteristicas uruguaia, não hesitando em deixar seu próprio em sangue em campo.

Nascido em Montevidéu, desde cedo trabalhava para ajudar a sustentar sua familia. Foi entregador, pedreiro, mensageiro... até o dia em que começou a jogar no time juvenil do Juventud de Montevidéu. De lá foi para o Montevidéu Wanderers e por fim o Peñarol, clube no qual ficaria marcado como o princial idolo durante os 13 anos em que atuou. Suas exibições de gala ainda no 2º clube lhe renderam a vaga de titular na seleção uruguaia rapidamente.  

Mas sua maior exibição foi em um certo dia 16 de Junho no ano de 1950. A Copa do Mundo de futebol era realizada no Brasil, país vizinho de sua terra natal. Lá, após uma boa primeira fase, encontraria problemas na fase seguinte e final do torneio. No ultimo jogo, dito como a "final" do quadrangular em que participavam Brasil, Uruguay, Espanha e Suécia, a partida derradeira seria contra os donos da casa, que antes mesmo do jogo se creditavam como campeões da Copa. 

No dia da "final", 200 mil brasileiros estavam no Maracanã  Com a bola que ele mesmo fez questão de buscar no fundo das redes. já no centro do gramado,  ousou olhar para seu companheiros e dizer: "Agora ganharemos." Muito se fala dos gols de Gigghia e Schiaffino, mas poucos sabem da importancia de Obdulio naquela partida. Ele foi quem fez os companheiros acreditarem na vitória até o ultimo minuto. Sua liderança motivou os companheiros até o final. E sua recompensa, dois passes precisos para os gols dos tão famosos Gigghia e Schiaffino. Conclusão: se tornou o protagonista o maior silêncio já "escutado" na história.

Jogador de orgulho e honra raras nos dias de hoje, fez questão de na mesma noite do jogo sair sozinho para encontrar alguns jogadores brasileiros, acompanhado-os com uma cerveja e tentando consolá-los pela derota que haviam sofrido. Pouco antes de sua morte, chegou até a declarar certo "arrependimento" pelo dia do Maracanazzo, já que viu muito mais tristeza local do que alegria no Uruguay. 

Assim foi Obdulio Varela. O maior simbolo do futebol uruguaio, o homem que criou um estilo próprio de raça para uma nação; calou 200 mil vozes em uma arena que torcia contra ele, e mesmo assim fez questão de se arrepender de tê-lo feito; e que tanto me fazia imaginar e sonhar com as histórias de meu dois avôs, um brasileiro e um paraguaio fanaticos por futebol e que tanto admiravam este incrivel uruguaio. E que onde quer que estejam, sei que estão ao lado dele conversando sobre a Era Romantica do Futebol.



E deixo meus mais sinceros agradecimentos às seleções de Uruguay e Gana, que nos mostraram que a Copa do Mundo não acabou apenas porque a nossa seleção foi eliminada. Ela, o grande espetaculo ainda continua. E o Brasil se vai, mas em 2014 ele voltará. Ou melhor, a Copa vira por nós.


Frases sobre ele: 

-  "Ele não atava as chuteiras com cordões, mas com as veias." - Nélson Rodrigues, jornalista e cronista brasileiro.

-  “Fiz um país chorar de tristeza mais do que o meu país de alegria. E acho que se pudesse jogar aquela final novamente faria um gol contra.” - O próprio Obdulio Varela, sobre o dia do fatídico "Maracanazzo" de 1950.